Posso seguir meu psicólogo nas redes sociais?
top of page
  • Foto do escritorYasmim Viriato

Posso seguir meu psicólogo nas redes sociais?

O post de hoje trata de uma questão que pode ser delicada tanto para o terapeuta quanto para o paciente: afinal, como fica a relação terapêutica nas redes sociais? Posso seguir o meu psicólogo? Entre os pacientes parece existir algum constrangimento em fazer a pergunta. Já entre os psicólogos, há um verdadeiro receio de que, ao dar uma resposta negativa, o paciente se sinta rejeitado. Vamos para a discussão:


interação nas redes sociais

O Código de Ética da profissão não especifica com clareza sobre a relação entre terapeuta e paciente nas redes sociais. Então, dá liberdade ao psicólogo de estabelecer o próprio limite quanto à interação com o paciente nas redes sociais. De maneira geral, vejo que os psicólogos costumam prezar pela própria privacidade e, portanto, não permitem que os pacientes acessem seus perfis pessoais. No entanto, em plano 2023, muitos psicólogos têm contas profissionais nas redes sociais e, aí sim, os pacientes podem visualizar e interagir com o conteúdo postado.


A curiosidade dos pacientes sobre a vida pessoal do terapeuta é absolutamente compreensível. Afinal, enquanto o paciente revela informações muito íntimas, o terapeuta revela pouco sobre si. No meu exercício da profissão, eu escolho fornecer o meu perfil profissional para os pacientes e reservo o acesso à conta pessoal para amigos e familiares. Isso porque acredito que as pessoas têm o direito à privacidade e devem ser livres para eleger por conta própria o quê e quando compartilham determinadas informações.


Outro ponto a se considerar é que, quando se tem uma conta unificada (sem diferenciar entre pessoal e profissional), a informação é compartilhada com os contatos nas redes sociais indiscriminadamente, ou seja, não é diferenciado aquilo que se compartilha com amigos, família, colegas de trabalho, parceiros amorosos e - também – pacientes. Mesmo que seja possível fazer edições - ocultar os stories no Instagram, por exemplo - seria exaustivo ter de fazer uma série de edições sempre que quisesse partilhar algo.


Por outro lado, o psicólogo pode seguir o paciente nas redes sociais? Eu penso que o mesmo vale para o paciente. As pessoas devem ter o direito à privacidade. Entendo que possa soar contraditório, já que o paciente revela questões extremamente íntimas em terapia. No entanto, quero que o paciente possa escolher o quê e quando me contar determinadas informações. Quero que se sinta confiante na terapia antes de fazer revelações e quero que isso ocorra da maneira mais espontânea possível. Saber de informações um sobre o outro antes de que seja revelado espontaneamente, faz com que algumas reações tenham de ser “forçadas”. É como se alguém te contasse um segredo que você já sabe.


O limite colocado pelo terapeuta não significa falta de interesse sobre a vida do paciente. Muito pelo contrário, a vida pessoal do paciente é de total interesse do psicólogo, mas existe um momento e lugar apropriado para que isso se manifeste.


Por fim, cabe o bom senso: as pessoas vão a festas, ingerem bebida alcoólica, tiram foto de biquíni e gostam de determinados estilos musicais. As pessoas exercem inúmeros outros papéis além da sua ocupação profissional.


E aí? Você e seu terapeuta se seguem nas redes pessoais de cada um? Espero que esse post tenha elucidado algumas dúvidas sobre o tema! Por enquanto é só. Até o próximo post!


3 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page